quinta-feira, 7 de maio de 2020

COMO OCORRE O CYBERBULLYING?


O cyberbullying ocorre através das redes sociais, e-mails, SMS, ou quaisquer outros mecanismos de comunicação digital, inclusive jogos online que o agressor, recorrendo a perfis falsos e no anonimato, age, apoderando-se de informações falsas por vezes aumentadas ou manipuladas de maneira a transtornar e denegrir a vítima, enviando-lhe mensagens ameaçadoras, ou de ódio, e até mesmo o partilhamento de conteúdos que a ponha em causa.

Relativamente aos ataques, no cyberbullying, podem acontecer de forma direta ou indireta. 

Ataques direto 

O agressor age de forma direta "face a face" a sua vítima, por meio de:
  1. "Assédio através de mensagens instantâneas ou SMS;
  2. Utilização de blogues, redes sociais, fóruns ou sítios na Internet para divulgação de informações, imagens ou vídeos sobre a vítima – vídeos esses que podem ser verdadeiros ou adulterados;
  3. Roubo de palavras-passe para acesso às contas das redes sociais ou das mensagens instantâneas, com o objetivo de adquirir informações pessoais ou utilizar os serviços em nome da vítima;
  4. Envio de imagens, verdadeiras ou adulteradas, através de correio eletrónico e telemóvel;
  5. Criação de votações online em que a vítima é “humilhada” e posterior divulgação dessa votação na comunidade;
  6. Utilização de jogos online que dispõem de mecanismos de comunicação e envio de mensagens;
  7. Envio de vírus e malware, geralmente com o objetivo de roubar palavras-passe ou informações acerca da vítima;
  8. Inscrição em listas de distribuição de conteúdos, normalmente constrangedores ou impróprios para a idade, em nome da vítima". (Pinheiro, 2016, p. 50)

Ataques indiretos 

O agressor age com intermédio a terceiros para atingir sua vítima através de:
  1. "Envio massivo de notificações aos administradores de um serviço (redes sociais, fóruns, blogues, etc.), efetuando reclamações, normalmente falsas, acerca do comportamento da vítima;
  2. Envio de mensagens maliciosas para a lista de contactos da vítima ou outros contactos externos, em nome da vítima;
  3. Colocação de contactos da vítima em salas de chat ou anúncios na Internet". (Pinheiro, 2016, p. 51)

Partindo pela caracterização de Willard (2004) in Seixas, Fernandes e Morais (2016) os comportamentos de cyberbullying podem ser agrupados da  seguinte forma: 
  1. Mensagens inflamadas (flaming): discussões na Internet por meio de envio de mensagens com sentimento de raiva, por vezes impróprias, em público ou privado, presencialmente ou online e evoluir para uma troca de mensagens ou comentários.
  2. Assédio (harassment): envio repetido de mensagens ameaçadoras que pode ocorrer após a vítima denunciar o agressor.
  3. Perseguição (cyberstalking): perseguir alguém com o envio persistente de mensagens altamente intimidatória.
  4. Difamação (denigration): difamar alguém na Internet espalhando informações falsas com o intuito de causar dano a sua reputação.
  5. Personificação (impersonation): fazer-se passar por outra pessoa, enviando ou publicando mensagens com o objetivo de lesar a sua reputação. 
  6. Exposição (outing): divulgar segredos ou imagem com conteúdos sensíveis de outra pessoa. Como filmar uma agressão e partilhar o vídeo na Internet, para que este possa ser visualizado por todo o mundo. Por sua vez disseminada nas redes sociais, a agressão se propaga com muita velocidade, ao mesmo tempo, quando é partilhada e visualizada por muitas pessoas. A reprodução rápida de comentários e partilha pode transformar a vida de uma pessoa num pesadelo.
  7. Artimanhas (trickery): falar com alguém online para obter segredos e depois divulgar na rede. 
  8. Exclusão (exclusion): Excluir alguém de um grupo de forma intencional e cruel.
Em todos os casos, a prática de cyberbullying é um ato cruel e uma atitude reprovável, pois, arranca de uma presunção de superioridade sobre outrem que na realidade não existe, mas que pode transformar por completo a vida da vítima.

Referencia


Pinheiro. L. (2016). O uso da internet, o bullying, o cyberbullying e o suporte social em jovens do 3º ciclo – um estudo não experimental correlacional realizado numa escola portuguesa. InfoCEDI. 65, 8-9

Seixas. S., Fernandes. L. & Morais. T. (2016). Cyberbullying um guia para pais e educadores. Plátano Editora. Portugal

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