quarta-feira, 27 de maio de 2020

CYBERBULLYING: VÍTIMA OU AGRESSOR


Como vimos noutro artigo, o cyberbullying ocorre no espaço digital. Os comportamentos agressivos são indiretos, sem ocorrência de violência física. O agressor pode ainda recorrer-se do anonimato, para desse modo, causar maior stress e ansiedade à vítima. Neste contexto, vale destacar alguns sinais de alerta.

A vítima 


As características das vítimas não são uniformes no bullying e no cyberbullying: enquanto no bullying os agressores escolhem para vítimas alguém que se destaca do grupo por ser mais ingénuo, simples , mais pequeno de estrutura física, mais respeitador dos mais velhos ou professores, de ascendência mais humilde ou de outra cor de pele ou credo  religioso ou origem geográfica. No cyberbullying as vítimas muitas vezes são alunos que se destaca pelos ótimos resultados escolares, que se auto excluem dos comportamentos desviantes da turma, que desprezam as práticas grupais de bagunça e mau comportamento nas aulas ou nos intervalos. Paralelamente são alunos que revelam alguma dificuldade de gerir suas relações interpessoais e defesa dos seus direitos fundamentais, por vezes se sujeitam a agressões e humilhações, para não ser excluído de um grupo. (Seixas, Fernandes e Matos 2016).

Dada a natureza dos meios utilizados e espaços em que ocorrem o cyberbullying, os seus efeitos nas vítimas são mais devastadores do que no bullying.  De maneira que as vítimas costumam desenvolver sentimentos negativos de insegurança e baixa estima que os leva a dotar alguns dos seguintes comportamentos descritos por (Seixas, Fernandes e Matos 2016) que servem de sinais de alerta para os pais, professores ou educadores:


  • Isolamento/afastamento dos amigos e familiares (não quer estar com os amigos ou colegas, não quer sair de casa nos fins de semana ou férias).
  • Falta às aulas frequentemente com desculpas pouco consistente.
  • Diminui o rendimento escolar ou aumenta desmesuradamente o tempo de horas de estudo sem grande melhoria dos resultados.
  • Assume um ar triste, preocupado ou ansioso aparentando sinais de depressão.
  • Tem alterações frequentes de humor sem razões aparentes ou justificativas.
  • Manifesta sinais de ansiedade ou agressividade após utilização das redes sociais ou receção de e-mails ou se fala de questões relacionadas com o uso da Internet.
  • Tenta esconder a sua utilização da Internet, só o fazendo na escola, em casa de um amigo, apagando sempre o histórico da sua navegação.
  • Apresenta sintomas de nervosismo antes de ir para a escola, como dores de cabeça, diarreia, vómitos ou dores de cabeça.
  • Tem perturbações do sono (dorme demasiado ou tem insónias) e nos hábitos alimentares (deixa de comer ou alimenta-se demais).
  • Diminui a autoestima ( não sirvo para nada, ninguém gosta de mim, só tenho amigos que não prestam).
  • Elimina as suas contas nas plataformas por se ver impotente para lidar com as agressões.
  • Pede aos adultos para bloquear amigos nas plataformas e redes que usa, porque já esgotou tudo o que conhece para o efeito e não conseguiu.
  • Súbito aumento ou decréscimo de novos amigos. 

Estes sinais, individualmente considerados, podem não significar nada sendo meros resultado do crescimento da criança ou adolescente. Os últimos dos descritos são antes de tudo subtis pedidos de ajuda. Vários sinais, em simultâneo são matéria a ponderar para uma abordagem mais séria. Em todo caso é preciso levar a sério cada sinal aqui apresentado. O diálogo e apoio dos pais, são neste momento, fundamental para que a vítima possa superar o problema e não se sinta culpada. Perante a gravidade que se apresenta a situação, a ajuda de um psicólogo pode e merece ser considerado.

O agressor


Enquanto no bullying as características dos agressores se dá por uniforme como boa capacidade física, a  agressividade emocional e uma fraca relação com a escola, pressuposto da ação direta sobre a vítima, ainda corroborada pela ação das testemunhas que nem sempre se comportam como meros espectadores, mas intervindo muitas vezes filmam os atos de agressão. No que concerne ao cyberbullying, os agressores  muitas vezes são alunos bem-sucedidos escolarmente e nas relações interpessoais com os colegas, revelando até uma relação positiva com a escola (Seixas, Fernandes e Matos 2016).

Considerando que não existe um perfil definido para os agressores, Albuquerque (2011) destaca alguns sinais emocionais e comportamentais a considerar:

  • Apresentam  dificuldade em cumprir regras.
  • Têm capacidade para se livrar das confusões em que se encontram com facilidade.
  • Agem como se nada de errado estivesse acontecendo. 
  • Alteram o comportamento quando está no computador e alguém se aproxima. O agressor tende a mudar a tela ou fechar o programa para que não vejam o que está fazendo mostrando-se na defensiva quando questionados.
  • Usam a Internet excessivamente, inclusive até tarde da noite.
  • Ficam de mal humor ou irritam-se de forma exagerada quando por alguma razão são proibidos de usar o computador ou telemóvel.
  • Acedem a Internet com várias contas ou perfis falsos.
  • Riem à toa e exageradamente quando usam a Internet e demonstram resistência em partilhar o motivo quando questionados. 
  • Apresentam alguma inquietação ao usar a Internet.
  • Tendem a agir com hostilidade e provocações, principalmente com os pais e familiares.

É primordial que os pais estejam atentos à finalidade em que os filhos destinam a Internet bem como aos sinais de alerta. Os efeitos do cyberbullying para qualquer que seja os papéis, vítima ou agressor, podem acarretar sofrimentos com marcas psicológicas profundas. Quanto mais cedo acontecer a intervenção maior será a probabilidade de evitar problemas futuros.  Em ambos os casos o diálogo e a aceitação do que se está a passar é a chave para por fim a prática do bullying ou cyberbullying.

Referência

Seixas. S., Fernandes. L. & Morais. T. (2016). Cyberbullying um guia para pais e educadores. Plátano Editora Portugal.

Albuquerque. L. A. M. (2011). Cyberbullying e outros riscos na internet: despertando a atenção de pais e professores. Editora Wak: Rio de Janeiro, 2011.


sexta-feira, 8 de maio de 2020

COMO LIDAR COM O CYBERBULLYING?

Estudos apontam para incidência  de cyberbullying a partir dos 10 anos de idade, momento em que a criança passa a usar o telemóvel ou a internet com maior frequência. São xingamentos, ofensas e ameaças que podem trazer muitas consequências na vida do jovem. Os efeitos podem ser catastróficos, pois desmotiva a vítima, desfaz a sua autoestima e relacionamento social, isolando-a da vida e seus afazeres ou estudos. Em alguns casos tem levado à autodestruição e suicídio. Dada a natureza da agressão, meios utilizados e espaços em que ocorrem os seus efeitos nas vítimas permanecem por longo tempo.  O apoio psicológico merece ser considerado.
Confira algumas dicas de como lidar com o cyberbullying no vídeo abaixo.


Embora o cyberbullying em Portugal ainda não esteja especificamente definido na lei como crime, a participação ou denúncia às autoridades policiais, permite que estas adotem os procedimentos adequados à intervenção. Contudo, uma vez que alguns comportamentos e condutas adotadas no cyberbullying podem constituir ameaças à vida, estes podem igualmente ser configurado como crime. Listamos abaixo algumas linhas de apoio em que pode recorrer:

GNR - Comando Territorial de Coimbra
Endereço: Av. Dr. Dias da Silva 122, 3000-135 Coimbra
Telefone: 239 794 300
PSP - Polícia de Segurança Pública
Endereço: Avenida Elísio de Moura, n.º 155, 3034-001 Coimbra
Telefone: 239 797 640


APAV - Gabinete de Apoio à Vítima de Coimbra
A APAV oferece às vítimas de crime de forma gratuita e confidencial apoio psicológico, jurídico e social. 
Endereço: Av. Fernão de Magalhães 153 1º andar sala 1, 3000-176 Coimbra
Telefone: 116 006 - 239 781 545
Voz de apoio
A Voz de Apoio disponibiliza apoio emocional gratuito, de caráter pontual, anónimo e confidencial, sem julgamentos.
Telefone:225 506 070
E-mail: sos@vozdeapoio.pt
Carta: Apartado 1052, 4101-001 Porto

SOS voz amiga
O SOS Voz Amiga oferece linhas telefónicas de apoio emocional e prevenção ao suicídio, diariamente com total anonimato e confidencialidade.  
Telefone: 213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660



PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO AO CYBERBULLYING

É equivocado pensarmos que o cyberbullying é cometido apenas por pessoas que não conhecemos. Muitas vezes é praticado por alguém que está ao nosso redor, ou seja, pessoas que nos conhecem na vida “real”, como colegas de turma, amigos ou até familiares. 
Usar a internet com responsabilidade é uma forma de prevenção ao cyberbullying. Entretanto outras medidas podem e devem ser adotadas.
Foto: Aluno do Ser Capaz

Na internet

  1. Atualizar regularmente o antivírus do computador ou telemóvel.
  2. Fornecer o e-mail apenas a pessoas que conhecemos.
  3. Proteger o e-mail com um filtro de spam/lixo eletrónico. 
  4. Usar passwords complexas e altera-as com regularidade. 
  5. Não fornecer as passwords a outras pessoas, mesmo que sejam de confiança. 
  6. Fazer sempre logout, ao sair do e-mail ou de uma  página web.
  7. Avisar o administrador da página  web se o conteúdo consultado for inadequado ou impróprio.
Foto: Aluno do Ser Capaz

Nas redes sociais

  1. Optar por um perfil discreto, sem expor em demasia quem somos e o que fazemos. 
  2. Não publicar / partilhar informação pessoal (morada,  telemóvel, idade, e-mail, nomes/fotos da família).
  3. Personalizar as definições de privacidade para que o perfil possa apenas ser visto por amigos e familiares. 
  4. Adicionar ou aceita amizade apenas de pessoas que conhecemos.
  5. Evitar fazer comentários ou publicações em páginas com muitos subscritores.
  6. Não utilizar as redes sociais para ofender ou humilhar outra pessoa.
  7. Não fazer, nem dizer online nada que não seria capaz de dizer ou de fazer pessoalmente.
Todos os processos anteriormente mencionados são importante para prevenção ao cyberbullying. Porém outro passo importante é a intervenção. Passamos algumas dicas.
Foto: Aluno do Ser Capaz

Para quem sofre cyberbullying

  1. Não fique calado. Lembre-se está é a intenção do agressor
  2. Não responda às provocações com novas agressões.
  3. Evite as páginas ou redes sociais em que está a ser agredido até que a situação se resolva
  4. Denuncia as páginas que se dedicam a  incomodar ou assediar
  5. Guarda provas do assédio o tempo que for possível, seja qual for a forma em que a agressão se manifeste.
  6. Pede ajuda aos pais, professores ou a um adulto em que tenhas confiança.

Para grupos de Pares

  1. Não partilhe conteúdos agressivos. Ao partilhar um conteúdo agressivo deixará de ser um expectador e passa a ser também agressor., 
  2. Denuncia o conteúdo agressivo mediante as opções oferecidas pelas redes sociais e pelas plataformas.
  3. Se ninguém tomou uma atitude,  pode ser útil fazer um comentário que mostre que não está de acordo com o que foi publicado sobre alguém.
  4. Aproxima do(a) colega ou amigo(a) que está sendo assediado(a) e diz-lhe que ele ou ela não está sozinho.
  5. Comenta a situação com um adulto, para que ele possa intervir.

Para mães, pais e educadores que detectam uma situação de cyberbullying

  1. Dialogue com o agressor sobre as possíveis causas do cyberbullying.
  2. Tente descobrir quais conflitos ele ou ela possam ter e como canalizá-los de outro modo.
  3. Tente refletir sobre como se sentiria se a situação fosse inversa.
  4. Promova o conceito de igualdade e responsabilidade diante dos demais, para que todos compreendam que zombar de alguém por suas características é uma forma de discriminação.
  5. Insista na atitude de “não faça na Internet o que não faria cara a cara”.
  6. Peça aos agressores que tirem da web tudo que tenham usado para ofender alguém, imediatamente.
  7. Insista para que os agressores peçam desculpas publicamente pelo dano causado a um(a) colega ou amigo(a).
  8. Tome medidas legais se a situação de assédio não for interrompida
Foto: Aluno do Ser Capaz

Se apesar das medidas de intervenção, os ataques persistirem, contacte as autoridades locais competentes. Mesmo os ataques sendo anónimos às autoridades policiais têm meios para detetar e solucionar o problema.
Seja um nativo digital responsável!


quinta-feira, 7 de maio de 2020

COMO OCORRE O CYBERBULLYING?


O cyberbullying ocorre através das redes sociais, e-mails, SMS, ou quaisquer outros mecanismos de comunicação digital, inclusive jogos online que o agressor, recorrendo a perfis falsos e no anonimato, age, apoderando-se de informações falsas por vezes aumentadas ou manipuladas de maneira a transtornar e denegrir a vítima, enviando-lhe mensagens ameaçadoras, ou de ódio, e até mesmo o partilhamento de conteúdos que a ponha em causa.

Relativamente aos ataques, no cyberbullying, podem acontecer de forma direta ou indireta. 

Ataques direto 

O agressor age de forma direta "face a face" a sua vítima, por meio de:
  1. "Assédio através de mensagens instantâneas ou SMS;
  2. Utilização de blogues, redes sociais, fóruns ou sítios na Internet para divulgação de informações, imagens ou vídeos sobre a vítima – vídeos esses que podem ser verdadeiros ou adulterados;
  3. Roubo de palavras-passe para acesso às contas das redes sociais ou das mensagens instantâneas, com o objetivo de adquirir informações pessoais ou utilizar os serviços em nome da vítima;
  4. Envio de imagens, verdadeiras ou adulteradas, através de correio eletrónico e telemóvel;
  5. Criação de votações online em que a vítima é “humilhada” e posterior divulgação dessa votação na comunidade;
  6. Utilização de jogos online que dispõem de mecanismos de comunicação e envio de mensagens;
  7. Envio de vírus e malware, geralmente com o objetivo de roubar palavras-passe ou informações acerca da vítima;
  8. Inscrição em listas de distribuição de conteúdos, normalmente constrangedores ou impróprios para a idade, em nome da vítima". (Pinheiro, 2016, p. 50)

Ataques indiretos 

O agressor age com intermédio a terceiros para atingir sua vítima através de:
  1. "Envio massivo de notificações aos administradores de um serviço (redes sociais, fóruns, blogues, etc.), efetuando reclamações, normalmente falsas, acerca do comportamento da vítima;
  2. Envio de mensagens maliciosas para a lista de contactos da vítima ou outros contactos externos, em nome da vítima;
  3. Colocação de contactos da vítima em salas de chat ou anúncios na Internet". (Pinheiro, 2016, p. 51)

Partindo pela caracterização de Willard (2004) in Seixas, Fernandes e Morais (2016) os comportamentos de cyberbullying podem ser agrupados da  seguinte forma: 
  1. Mensagens inflamadas (flaming): discussões na Internet por meio de envio de mensagens com sentimento de raiva, por vezes impróprias, em público ou privado, presencialmente ou online e evoluir para uma troca de mensagens ou comentários.
  2. Assédio (harassment): envio repetido de mensagens ameaçadoras que pode ocorrer após a vítima denunciar o agressor.
  3. Perseguição (cyberstalking): perseguir alguém com o envio persistente de mensagens altamente intimidatória.
  4. Difamação (denigration): difamar alguém na Internet espalhando informações falsas com o intuito de causar dano a sua reputação.
  5. Personificação (impersonation): fazer-se passar por outra pessoa, enviando ou publicando mensagens com o objetivo de lesar a sua reputação. 
  6. Exposição (outing): divulgar segredos ou imagem com conteúdos sensíveis de outra pessoa. Como filmar uma agressão e partilhar o vídeo na Internet, para que este possa ser visualizado por todo o mundo. Por sua vez disseminada nas redes sociais, a agressão se propaga com muita velocidade, ao mesmo tempo, quando é partilhada e visualizada por muitas pessoas. A reprodução rápida de comentários e partilha pode transformar a vida de uma pessoa num pesadelo.
  7. Artimanhas (trickery): falar com alguém online para obter segredos e depois divulgar na rede. 
  8. Exclusão (exclusion): Excluir alguém de um grupo de forma intencional e cruel.
Em todos os casos, a prática de cyberbullying é um ato cruel e uma atitude reprovável, pois, arranca de uma presunção de superioridade sobre outrem que na realidade não existe, mas que pode transformar por completo a vida da vítima.

Referencia


Pinheiro. L. (2016). O uso da internet, o bullying, o cyberbullying e o suporte social em jovens do 3º ciclo – um estudo não experimental correlacional realizado numa escola portuguesa. InfoCEDI. 65, 8-9

Seixas. S., Fernandes. L. & Morais. T. (2016). Cyberbullying um guia para pais e educadores. Plátano Editora. Portugal

BULLYING E CYBERBULLYING: fenómenos diferentes ou semelhantes?

O uso das novas tecnologias tem muitas vantagens, porém pode trazer algumas desvantagens e por consequência alguns  constrangimentos. O Cyberbullying é um desses constrangimentos que atinge principalmente os jovens e adolescentes.

Podemos dizer que o cyberbullying é uma extensão do bullying tradicional. O bullying tradicional é uma forma de violência que ocorre de maneira direta agressor/vítima, e com maior ocorrência nas escolas. Por outro lado falamos cyber+bullying por ser uma forma de bullying em que um indivíduo  valendo-se do uso das tecnologias de informação e comunicação, age contra uma pessoa, através de atos deliberados, reiteradamente, com o intuito de prejudicar e denegrir a imagem de quem é assediado.

Assim o que difere o bullying do cyberbullying é que aquele (bullying) os actos de agressão ou ameaça são praticados face a face entre agressor e vítima, de forma direta, enquanto neste (cyberbullying) as agressões não são síncronas pois o agressor não está na presença da vítima e os efeitos se mantêm por longo período e deixam memória permanente e acessível a um universo de utilizadores, geograficamente distantes, dificilmente removíveis. A humilhação de uma vítima é visível em todos os continentes durante anos, com possibilidade de a agressão se multiplicar indefinivelmente. Os efeitos são perpétuos.

Relativamente as semelhanças podemos destacar tais como a agressividade, a intenção de causar sofrimento ou mal-estar a vítima, prática repetitiva e o desequilíbrio de poder que o agressor exerce face a vítima.


Recurso adicional: Do bullying ao cyberbullying?

Fonte
Seixas. S., Fernandes. L. & Morais. T. (2016). Cyberbullying um guia para pais e educadores. Plátano Editora. Portugal


terça-feira, 5 de maio de 2020

O QUANTO VOCÊ SABE SOBRE O BULLYING?


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CASOS REAIS DE BULLYING E CYBERBULLYING





São cada vez mais frequentes os relatos de bullying em todo o mundo, principalmente em meio escolar. Por outro lado, o cyberbullying é também, um fenómeno em crescimento, por vezes com consequências devastadoras. Passamos a alguns casos.

Quaden Bayles (Austrália)


O caso de bullying sofrido pelo menino australiano de 9 anos, Quaden Bayles, que tem nanismo, foi difundido nas redes sociais por todo o mundo.
A mãe desta criança filmou-o após o ter ido buscar à escola e ter presenciado uma agressão no carro a dizer que queria morrer, e a mãe com medo que ele se suicidasse pediu conselhos para ajudar o filho, vítima de bullying, exigindo que alguém acabasse com aquela situação.
Verificou-se uma onda de solidariedade a nível mundial. Milhões de pessoas sentiram empatia pelo sofrimento da criança incluindo várias celebridades e foi a um campeonato de rugby ver o seu ídolo
e ainda fizeram uma angariação de fundos para levar a mãe e o filho à Disney. 

Daniel Rebelo (Portugal)


Aos 17 anos o português Daniel Rebelo, participou do "Ídolos", programa da SIC, realizado no ano de 2015. O jovem foi humilhado pela a apresentadora por causa do tamanho de suas orelhas. Por este motivo, suas fotos foram alteradas e difundidas nas redes sociais. 
A crueldade foi tanta que o jovem não quis voltar à escola. Isolou-se em casa e a única vez que saiu, na sequência do acontecido, usou um gorro e um casaco com capuz para não ser reconhecido. 
Após ter sofrido de depressão, bullying e a morte da avó, Daniel teve a vida transformada com a operação às orelhas e a troca de sexo, passando a chama-se Alexa Devni. 
Alexa recuperou a auto-estima, está a fazer tratamentos hormonais e está na lista de espera para uma operação que lhe permitirá a mudança do órgão sexual. Confira a reportagem que mostra a transformação da vida do Daniel.


Professora é vítima de bullying (Portugal)


O bullying não atinge apenas os mais jovens. Prova disto foi o relato de uma professora  à direção do Blog ComRegras, relativamente às constantes ameaças que tem sofrido.
A professora acompanha uma aluna há três anos. As ameaças tiveram início em meados do ano passado, e têm se agravado nos últimos meses, com agressões, humilhações e gestos obscenos. Uma frequente perseguição quer na sala de aula, no pátio ou mesmo nas imediações da escola eram os atos de que se queixava.

"Tenho sido enxovalhada, agredida, perseguida, insultada e filmada por uma aluna. Na sala de aula, no pátio e nas imediações da escola sou chamada de puta, cabra, maluca, demónio. A aluna faz-me gestos obscenos com o dedo e depois filma-me com o telemóvel para registar a minha reação".

A facto foi participado à direção, mas esta, não levou a sério a denúncia da professora. 

Jovem vítima de Cyberbullying (Portugal)


Tudo começou quando Maria (nome fictício) recebeu e-mails que a incitava a seguir links na Internet. Os links direcionavam-na para múltiplas páginas, com fotografias da jovem e outras fotos e vídeos adulterados de cariz sexual como se fosse a mesma fotografada ou gravada. O Agressor criou mais de 80 perfis falsos da Maria nas redes sociais onde constavam os números de telefone, incluindo o de casa dos seus pais, para onde passaram a ligar centenas de homens à procura dos serviços sexuais que as ditas páginas publicitavam.

"O meu rosto e o meu nome foram associados a conteúdos tão ordinários que cheguei a ter vergonha do meu nome e de mim, sabe? Consegui manter a consciência ao separar as coisas: não, aquela não sou eu". Não era, de facto. Mas houve momentos tão duros que chegou a pensar "terminar com a vida e, assim, com o sofrimento. Pensei em suicídio, pensei. Era tudo tão horrível que cheguei a achar que não ia aguentar. Precisei de apoio psicológico, o que senti como uma espécie de humilhação sendo eu psicóloga, mas resisti".

Foram oito meses até que Maria descobrisse o responsável pelos seus sofrimentos. O antigo director de um centro espírita do Porto, um investigador de astrofísica e professor universitário, a quem Maria substituíra no cargo e por quem tinha grande respeito e confiança.  👉 Cyberbullying: Inimigo sem rosto


Outros casos

👉Casos de bullying que chocaram Portugal

👉 Adriana Rodrigues e José Melo -  Portugal

👉Amanda Todd - Canadá

👉Júlia Rebeca - Brasil

👉Tyler Clementi - Estados Unidos da América

👉Ryan Patrick Halligan - Estados Unidos da América

👉Megan Meier - Estados Unidos